29.6.08

um amigo invisível mostrou
o quão previsível me tornei
as janelas e portas abertas
imagens e palavras
espalhadas em um mundo binário

um amigo confidente notou
o quão apagada fiquei
contradições em cores
uso, medo, fuga, ilusão
um casulo protetor que virou prisão

a cada contato
me arrancam um pedaço
as vezes me pergunto quem sou
descrevo mil coisas
passado, presente, dentro e fora
do pouco que restou
da pedra lascada, lapidada, perfurada
talvez esse grande nada




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