12.11.14

sobre navegar

Queria escrever sobre navegar
Que na superfície não há só desejo
Há ventos, chuva, sol e noite.
Queria lhe falar sobre as suas marés
que me lançam para outros lugares de mim.
Para onde eu não iria sozinha.
Mas carregada, vou.
E aprendo a me acostumar e entender
um pouco ou muito
dessas correntezas quentes ou frias que me habitam
É escolha segui-las ou não.
Depende da vontade lúcida
ou não.

Faz tempo que derivo
e tempestades me arrebatam
já sei sentir o cheiro de nuvem cinza ao longe
há tantas terras quanto instantes em que pisamos nelas
nenhuma terra é firme. nenhum segundo é forte o suficiente
para que se possam dizer certezas
Nenhuma terra é firme para que se possa posse.
Nenhuma nau navega now e para sempre sem naufrágio.
Frágil não.

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